Seção 10 Resumos (ver abaixo)
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Coordenação:
Benjamin Meisnitzer / Elissa Pustka (München)
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Entre fala e língua
O desenvolvimento da linguística moderna encontra-se indissociavelmente ligado à dicotomia langue e parole proposta por de Saussure, adoptada e desenvolvida posteriormente pela Gramática Gerativa, sob forma da oposição entre competência e performance, na sequência da transferência do interesse pela comunidade linguística para a focagem de um indivíduo idealizado. Esta oposição dual veio todavia ser posta em causa ao longo das últimas décadas, na sequência do sucessivo incremento da importância da pragmática, uma crescente fonetização da fonologia e, sobretudo, através dos estudos no campo da gramaticalização. Estas tendências culminaram em fortes controvérsias e originaram inúmeras discussões teóricas, que até hoje continuam a dominar o campo da investigação linguística, sem que se encontre solução à vista (cf. Newmeyer 2003). O principal motivo para que a mencionada discussão continue vigente e actual são os constantes progressos no campo da recolha, processamento e análise de dados, que permitem à linguística moderna verificar as suas teses e teorias a partir de dados empíricos e material linguístico autêntico, em vez de se limitar a comprovar as suas teses mediante as regras propostas por gramáticas tradicionais ou a ter de confiar em intuições subjectivas e individuais, sem qualquer verificação empírica. Dado que os dados assim obtidos são muito menos homogéneos, fenómenos de variação e mudança linguística, constituem cada vez com maior frequência o centro das atenções da investigação linguística. Na sequência desta evolução, a linguística moderna tem, por outro lado, igualmente vindo a romper com outra dicotomia proposta por de Saussure, uma vez que a variação linguística sincrónica, é explicada numa perspectiva diacrónica, havendo uma tendência crescente dos investigadores para procurar as alterações do sistema no uso da linguagem. A língua passa por isso a ser contemplada como um produto secundário casual da fala, num determinado momento.
O nosso objectivo é dar continuidade a esta discussão na nossa secção, tomando por base o Português. Atendendo à diversidade das suas variedades e das línguas crioulas de base Portuguesa coloca-se sobretudo a questão de saber qual a variação a partir da qual se pode abstrair e quantos sistemas tem de ser tidos em conta na discussão do Português enquanto língua pluricêntrica, quer do ponto de vista da linguística genuina, quer da sociolinguística. À luz desta problemática importa discutir qual o estatuto do Português Europeu, do Português do Brasil e do Português em África. Não podemos, por outro lado, esquecer a controvérsia em torno do estatuto do Galego, e as relações por vezes ainda muito pouco claras entre as línguas crioulas de base Portuguesa e entre estas e o Português, em si. No domínio da mudança linguística a relação entre fala e língua para processos de convencionalização é de importância em todos os níveis linguísticos, sobretudo na área da gramaticalização e da lexicalização (cf. Schäfer-Prieß/Klöden/Kailuweit 2001, Gonçalves et al. 2007, Pinto de Lima 2008), mas também no domínio de processos de pragmaticalização e fonologização. Deste modo, queremos também discutir quais são os processos de mudança linguística que melhor podem ser explicados mediante estudo e investigação do uso concreto da língua e quais os limites desta aproximação? Para tal finalidade, convidamos investigadores e jovens investigadores a apresentar contribuições teóricas (utopias) e estudos empíricos (descobertas) sobre fenómenos linguísticos no Português na sua diversidade ou no Galego, bem como nas línguas crioulas de base Portuguesa.
Bibliographie/Bibliografia
Gonçalves, Sebastião Carlos Leite et al. (2007): Introdução à gramaticalização. Princípios teóricos e aplicação. Homenagem a Maria Luiza Braga. S. Paulo: Parábola.
Newmeyer, Frederick J. (2003): „Grammar is Grammar and Usage is Usage”, in: Language 79.4. 682-707.
Pinto de Lima, José (2008): „Ongoing lexicalization and grammaticalization: A case from European Portuguese“, in: Almeida, Maria Clotilde/Sieberg, Bernd/Bernardo, Ana Maria (eds.), Questions on Language Change. Lisboa: Edições Colibri, 49-67.
Schäfer-Prieß, Barbara/Klöden, Hildegard/Kailuweit, Rolf (Hrsg.) (2001): Grammatikalisie¬rung in den iberoromanischen Sprachen. Wilhelmsfeld: Egert.
Participantes:
Maria Clotilde Almeida (Lissabon): «Falas Locais-Fluxos Globais nas Linguagens dos Jovens em Portugal»
Mathias Arden (Eichstätt): «Aspectos semânticos e pragmáticos da variação de a, para e em em verbos de deslocamento»
Isabel Florêncio Pape (Belo Horizonte): «A língua brasileira migra para Portugal: a re-colonização através da telenovela»
Bart Jacobs (München): «A(s) origen(s) dos elementos portugueses no papiamento»
Jaroslava Jindrová (Prag): «Pensamento sobre a língua no livro de Vilém Flusser „Língua e Realidade“»
Georg A. Kaiser (Konstanz): «Zur Grammatikalisierung der Subjektspronomina im brasilianischen Portugiesischen»
Bettina Lämmle (Mannheim): «Papiamentu - Variation innerhalb eines Systems oder Entstehung unterschiedlicher Systeme?»
Benjamin Meisnitzer (München): «Evidências semânticas, sintácticas e pragmalinguísticas para a gramaticalização de partículas modais no Português Europeu (PE)»
Telmo Móia (Lissabon): «Expressões temporais e gramaticalização em português»
José Pinto de Lima (Lissabon): «Sobre a recategorização da forma há como preposição»
Elissa Pustka (München): «Innovation durch Emotion: Über eine vernachlässigte Universalie des Sprachwandels»
Esther Rinke (Frankfurt): «Synchronische Variation und diachronische Entwicklung der Artikelverwendung im Portugiesischen»
Maria José dos Santos Cunha (Vila Real): «A linguagem: o lúdico no processo do seu ensino-aprendizagem»
Barbara Schäfer-Prieß/Inma García Jiménez (München): «Ptg. ser capaz de als Ausdruck epistemischer Modalität»
Liane Ströbl (Düsseldorf): «Das Zusammenspiel von Sprache, Rede & Kognition»
Albert Wall (Tübingen): «Categorias da língua (des)aparecendo na fala? Artigos Definidos e Sândhis Externos no Português Brasileiro»
Anja Weingart (Berlin): «Informationsstrukturelle Bedingungen der Subjekt-Verb-Inversion in Deklarativsätzen im Europäischen Portugiesisch»
Esme Winter-Froemel (Tübingen): «Entlehnung als Phänomen des Sprachgebrauchs: Implikationen einer äußerungsbasierten Modellierung von Sprachwandel»
Resumos
Maria Clotilde Almeida (Lissabon)
Falas Locais-Fluxos Globais nas Linguagens dos Jovens em Portugal
Caracterizadas como arquitecturas glocais, fruto da intersecção do global com o local (Zimmermann 2009), as linguagens dos jovens emergiram de contactos linguísticos entre jovens portugueses e jovens de origem africana, fundamentalmente angolanos e moçambicanos, em consequência do retorno a Portugal de uma vasta população das ex-colónias, após Abril de 1975.
Dos contactos linguísticos havidos, resultaram usos linguísticos em Português Europeu juvenil como bué e iá ,originários das variedades do Português de Angola e/ou de Moçambique (Almeida 2007, 2008 a, 2008 b) que, porém, extravazaram os registos juvenis, difundindo-se progressivamente no Português Europeu oral.
Deste modo, embora as influências dos fluxos globais originários do continente americano também se fizessem sentir em empréstimos tais como cool, man e shotgun! (Almeida 2011), estas não tiveram um impacto tão forte como nos restantes países europeus não anglófonos. De facto, os empréstimos do inglês americano e, fundamentalmente, do inglês afro-americano, ocorrem frequentemente integrados em construções híbridas, tais como bué da taime, bué da cool, formadas por intersecção das variedades do português europeu e do português de Angola.
Em consequência, advoga-se que, nas linguagens dos jovens em Portugal, as trocas discursivas a nível local entre jovens portugueses e africanos se afiguram preponderantes na construção dos registos juvenis em Portugal.
Referências bibliográficas
Almeida, Maria Clotilde (2007a). Usos de bué em Angola e Portugal. In: Pelas Oito Partidas do Mundo. Homenagem a João Malaca Casteleiro (Mata, Inocência/Maria José Grosso org.), Macau: Edições Macau, 226-243.
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Almeida, Maria Clotilde (2008b). Iá: ein “deutsches” Wort in der portugiesischen Jugendsprache: wieso?. In: Estudios Filologicos Alemanes 15, 221-232.
Almeida, Maria Clotilde (2011). Iá-bué-shotgun-matrix: a (small) roadmap to European Portuguese Youngspeak. In: Silva, Augusto Soares da Silva et. al., Línguas Pluricêntrica: variação linguística e dimensões sócio-cognitivas, Braga: Universidade Católica (no prelo).
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Blommaert, Jan (2010), The Sociolinguistics of Globalization, New York: Cambridge University Press.
Marques, Levi Filipe dos Santos (2009). Linguagens dos Jovens em Séries Televisivas Portuguesas e Brasileira. Dissertação de Mestrado em Tradução, Faculdade de Letras de Lisboa (não publicada).
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Schlobinski, Peter, Gaby Kohl & Imgard Ludewigt (1993). Jugendsprache. Fikion und Wirklichkeit. Opladen: Westdeutscher Verlag.
Schlobinski, Peter & Neils-Christian Heins (hrsg.) (1998). Jugendliche und “ihre” Sprache. Opladen: Westdeutscher Verlag.
Schmidt-Radefeldt, Jürgen (2005). Zu deutschen und romanischen Jugendsprachen. In: Marques, Maria Aldina, Erwin. Koller ,José Teixeira & Aida Sampaio de Lemos (org.). Ciências da Linguagem: 30 anos de investigação e ensino. Braga: Univ. do Minho, 327-340.
Schmidt-Radefeldt, Jürgen (2011). Jugendsprachliche Varietäten. Lemmate und Korpora für ein kontrastives Deutsch-Portugiesisches Wörterbuch. In: Endruschat, Annette & Vera Ferreira (hg.), Sprachdokumentation und Korpuslinguistik – Forschungsstand und Anwendung. Akten des 8. Lusitanistentags. München: Martin Meidenbauer, 171-188.
Zimmermann, Klaus (2009). A theoretical outline for comparative research on youth language: with an outline of diatopic-contrast research within the Hispanic world. In: Stenström, Anna-Brita & Annette Myre Jorgensen (ed.). Youngspeak in a Multilingual Perspective. Amsterdam: John Benjamins, 119-136.
Mathias Arden (Eichstätt)
Aspectos semânticos e pragmáticos da variação de a, para e em em verbos de deslocamento
A questão da regência verbal em verbos de deslocamento (principalmente ir, mas também vir e chegar, entre outros) tem sido um tema constante na lingüística do português, especialmente no âmbito do português brasileiro (PB), que nas variedades faladas, freqüentemente utiliza a preposição em com os verbos ir e chegar, uso desconhecido na variante européia do português (PE). Muitos estudos sobre o verbo ir focalizam parâmetros sociolingüísticos, sintáticos e semânticos para caracterizar a distribuição das variantes preposicionais (Mollica 1996, Ribeiro 2000, Vieira 2009, Araújo 2009), fazendo uma oposição entre as variantes aceites pela prescrição gramatical (a/ para) e a variante em, tradicionalmente rejeitada nas gramáticas junto com o verbo ir. Porém, estudos de cunho sociolingüístico têm mostrado que a distribuição das variantes a e para está longe de ser equilibrada, com uma nítida preferência pela preposição para nas variedades faladas, e pela preposição a nas variedades escritas (Große 1999, Bagno 2000, Wiedemer 2009).
No entanto, carece-se de investigações sistemáticas sobre a distribuição entre a e para no PB que levem em conta aspectos semânticos e pragmáticos. No âmbito do verbo ir, as gramáticas tradicionais mencionam o traço [+ permanência no local de destino] para distinguir para de a. Pretende-se mostrar, a partir de dados recolhidos de programas de TV brasileiros (telejornais e telenovelas), que este traço por si é insuficiente para interpretar muitas das ocorrências de ir a e ir para, e que para tal devem ser considerados outros fatores condicionadores, entre eles, o aspecto verbal, a facticidade do evento, e a focalização do movimento ou do evento no local de destino.
Isabel Florêncio Pape (Belo Horizonte)
A língua brasileira migra para Portugal: a re-colonização através da telenovela
A presente contribuição pretende refletir sobre a influência da telenovela brasileira na linguagem cotidiana em Portugal, não apenas como resultado de um processo de universalizacação de comportamentos mas também como exemplo emblemático para a superação da dicotomia na relação colonizador-colonizado. As telenovelas brasileiras são mundialmente conhecidas por seu alto nível de qualidade no que diz respeito à produção técnica, com níveis de elaboração visual semelhante ao que se produz no campo cinematográfico. Deve-se ainda ressaltar que no "ranking" mundial o Brasil é considerado o segundo maior produtor e exportador de telenovelas, perdendo apenas para o México. Claro há de se reconhecer na telenovela a reprodução de certos clichés e papéis sociais passíveis de questionamento, mas, por outro lado, deve-se também reconhecer que, como produto midiático, a telenovela nao só espelha certos padrões comportamentais, mas exerce uma importante função no processo de reflexivização social, ao lidar com certos certos temas ou questões polêmicas ( como por exemplo a homossexualidade, a questão da eutanásia, do consumo de drogas, fidelidade, comportamento adolescente, etc) que constituem e são constituídos no imaginário social. Sob a influência da telenovela brasileira, amplamente difundida e assistida na cultura portuguesa desde o final da década de 70, desenvolve-se um certo processo de "re-colonização", que se reflete no modo como o portugues falado no Brasil migra e é utilizado em Portugal. Se antes a figura do colonizador português fora cultuada como representante da "alta cultura" e, através da implantação e domínio da língua, exerceu o controle de um território, hoje é a língua brasileira e certos jargões populares, falados especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo, que migram e são absorvidos pela população em Portugal e usados como sinal de um comportamento "moderno" ou arrojamento. Esse processo nos aponta de forma irónica e paradoxal, para um movimento circular, que se mostra emblemático quando se trata de repensar a relação "colonizador-colonizado" para além das dicotomias e visões binárias clássicas. Trata-se de evidenciar não só a relação de hibridação entre os dois países e as duas culturas, mas sim de compreender o papel da língua como um elo simbólico neste processo de influência mútua, que se cristaliza de forma evidente no consumo atual das telenovelas brasileiras.
Bart Jacobs (München)
A(s) origen(s) dos elementos portugueses no papiamento
O objectivo central da presente comunicação é explicar a(s) origen(s) dos elementos portugueses no papiamento. O papiamento, língua crioula falada nas Antilhas holandesas, situadas na costa da Venezuela, é caracterizado por um léxico espanhol-português misto. Os elementos lexicais espanhóis são claramente predominantes, o que não é surpreendente, já que o papiamento é falado numa área, do ponto de vista linguístico, predominantemente espanhola. Por conseguinte, o desafio mais interessante para os linguistas é tentar descobrir a(s) origen(s) dos elementos portugueses (cf. Lipski 2008). Na literatura são propostas várias hipóteses: enquanto alguns afirmam que o papiamento é uma língua crioula originalmente espanhola e que os judeus sefaraditas, que se instalaram em Curaçao no século XVII são a fonte principal do elemento português (p.ex. Sanchez 2006), outros argumentam que o papiamento herdou os elementos dum pidgin ou crioulo afro-português que, depois de chegar às Antilhas Holandesas, foi relexificado pelo espanhol (p.ex. Lenz 1928, van Wijk 1958, Martinus 1996). Outros ainda postulam que os elementos que parecem ser portugueses, na realidade são restos do Espanhol Antigo e / ou de outras línguas ibéricas, tais como o galego e o catalão (p.ex. DeBose 1975, Munteanu 1996).
Nesta apresentação será esboçada a natureza dos elementos portugueses no papiamento, à luz de uma discussão crítica de cada uma das hipóteses mencionadas acima, relativamente às origens do papiamento, sendo fornecidos argumentos linguísticos e históricos a favor da hipótese de que o papiamento herdou os elementos portugueses do crioulo de base portuguesa cabo-verdiano (cf. Quint 2000; Jacobs 2008, 2009, 2010, em preparação).
Referências bibliográficas
DeBose, Charles. 1975. Papiamentu: a Spanish-based creole. Michigan: University of Michigan dissertation.
Jacobs, Bart. 2008. Papiamentu: A diachronic analysis of its core morphology. Phrasis 2, 59 - 82.
Jacobs, Bart. 2009. The origins of Old Portuguese features in Papiamentu. In: Nicholas Faraclas, Ronald Severing, Christa Weijer & Liesbeth Echteld (eds.), Leeward voices: Fresh perspectives on Papiamentu and the literatures and cultures of the ABC Islands. Volume 1, 11-38. Curaçao: FPI/ UNA.
Jacobs, Bart. 2010. Los verbos estativos en el papiamento y el caboverdiano de Santiago. Revista Internacional de Lingüística Iberoamericana VIII, 2:16, 129-155.
Jacobs, Bart. Em preparação. The Origins of Papiamentu: Linguistic and Historical Ties with Upper Guinea. Series: Language Contact and Bilingualism, ed. by Yaron Matras. Berlin/New York: Mouton de Gruyter.
Lenz, Rodolfo. 1928. El papiamento: la lengua criolla de Curazao. Santiago de Chile: Balcells & Cia.
Lipski, John M. 2008. Spanish-Based Creoles in the Caribbean. Em: Silvia Kouwenberg & John Victor Singler (eds.), The Handbook of Pidgin and Creole Studies, 543-564. Oxford: Wiley-Blackwell.
Martinus, Efraim Frank. 1996. The Kiss of a Slave: Papiamentu’s West-African Connections. Amsterdam: Universiteit van Amsterdam dissertation.
Munteanu, Dan. 1996. El papiamento, lengua criolla hispánica. Madrid: Gredos.
Quint, Nicolas. 2000. Grammaire de la Langue Cap-Verdienne. Paris: L’Harmattan.
Sanchez, Tara. 2006. Papiamentu. Em: Keith Brown, Anne H. Anderson & Laurie Bauer (eds.), Encyclopedia of language & linguistics, 157-158. Amsterdam: Elsevier.
Wijk, Henri L.A. van. 1958. Orígenes y evolución del Papiamentu. Neophilologus 42. 169 - 182.
Jaroslava Jindrová (Prag)
Pensamento sobre a língua no livro de Vilém Flusser „Língua e Realidade“
Vilém Flusser, filósofo autodidata, judeu pragense, emigrado para o Brasil no início da 2. Guerra Mundial, sentiu-se fascinado pela língua, a qual considerou „a um tempo a mais antiga e a mais recente obra de arte, obra de arte majestosamente bela, porém, sempre imprefeita“.
Ele partiu do princípio de que a eterna ânsia da humanidade era descobrir uma ordem que tornasse o Mundo caótico mais suportável (para os filósofos, caos é incompreensível, e assim insuportável). Por isso o autor busca uma estrutura que possa servir como um sistema de regras. No seu trabalho procura explicar que a estrutura do Cosmo ao nosso redor corresponde à língua, que ciência e filosofia são métodos da pesquisa de língua, que língua é criada na religião e na arte.
Nos primeiros dois capítulos do livro (“Língua é Realidade” e “Língua forma a Realidade”) Flusser explica o seu conceito de língua e de algumas das suas categorias, descreve o problema da tradução e apresenta a sua proposta da tipologia de línguas. No capítulo “Língua forma a Realidade” compara a categoria de tempo (mais concretamente do futuro) em quatro línguas diferentes: em português, em alemão, em inglês e em checo. Acha que da mesma maneira, como são diferentes os instrumentos gramaticais para expressar o futuro nas línguas em questão, é diferente também a noção do futuro que, ao seu ver, adquire as qualidades dos instrumentos usados.
As ideias de Flusser, inspiradas na filosofia de Heidegger e Humboldt, são pouco divulgadas, mas sem dúvida merecem atenção, tanto mais que este ano comemoramos vigésimo aniversário da morte dele.
Georg A. Kaiser (Konstanz)
Zur Grammatikalisierung der Subjektspronomina im brasilianischen Portugiesischen
Das brasilianische Portugiesisch weist zahlreiche Besonderheiten im Vergleich zum iberischen Portugiesischen auf. Insbesondere bei der Verwendung der Personalpronomina sind deutliche Unterschiede zu beobachten. Viele Studien (z. B. Duarte 1993, Meyer- Hermann 1998, Barme 2001) deuten darauf hin, dass im brasilianischen Portugiesisch in (deutlich) höherem Maße Subjektspronomina verwendet werden. Aus diesem Grund wird vielfach angenommen, dass im brasilianischen Portugiesischen die Null-Subjekt-Eigenschaft nicht mehr vollständig ausgeprägt sei (Silva 2000, Roberts 2007). In diesem Zusammenhang wird auch darauf hingewiesen, dass das brasilianische Portugiesisch parallel dazu eine Reihe von „schwachen“ Subjektspronomina entwickelt hätte, die dabei sind, sich zu klitischen Pronomina oder sogar Affixen zu entwickeln (Vitral & Ramos 1999, Galves 2000, Petersen 2008). Damit scheint eine Parallelität zum Französischen gegeben zu sein, das ebenfalls im Laufe seiner Entwicklung die Null-Subjekt-Eigenschaft verloren und parallel dazu klitische Subjektspronomina (und Flexionspräfixe) entwickelt hat.
In meinem Vortrag möchte ich mich kritisch mit dieser These auseinandersetzen. Dabei möchte ich – in einem Vergleich mit dem Französischen – zeigen, dass im brasilianischen Portugiesischen zwar durchaus Ansätze zur Entwicklung klitischer Subjektspronomina zu beobachten sind, aber dass dieser Prozess der Grammatikalisierung der Subjektspronomina noch längst nicht abgeschlossen ist, sondern allenfalls am Anfang steht.
Literatur
Barme, Stefan. 2001. Der Subjektsausdruck beim Verb in phonisch-nähesprachlichen Varietäten des europäischen Portugiesisch und Brasilianischen. Frankfurt a.M.: Lang.
Duarte, Maria Eugênia Lamoglia. 1993. “Do pronome nulo ao pronome pleno: a trajetória do sujeito no português do Brasil”. In: I. Roberts & M.A. Kato (eds.) Português brasileiro: Uma viagem diacrônica. Homenagem a Fernando Tarallo. Campinas: Editora da Unicamp, 107-128.
Galves, Charlotte M. Chambelland. 2000. "Agreement, predication, and pronouns in the history of Portuguese." In: J. Costa (ed.), Portuguese Syntax. New Comparative Studies. Oxford: Oxford University Press, 143 - 168.
Meyer-Hermann, Reinhard. 1998. “Utilização e colocação dos pronomes pessoais no português falado do Brasil: indicações duma mudança tipológica em progresso?”. In: S. Große & K. Zimmermann (ed.), “Substandard“ e mudança no português do Brasil. Frankfurt a.M.: Teo Ferrer de Mesquita (TFM), 203-225.
Petersen, Carlo. 2008. "A tripartição pronominal e o estado das proformas Cê, Ocê e Você." Revista de documentação de estudos em lingüística teórica e aplicada 24, 283-308.
Roberts, Ian. 2007. “Introduction. The null subject parameter”. In: I. Roberts (ed.), Comparative Grammar. Critical Concepts in Linguistics. Vol. II: The Null-Subject-Parameter. London: Routledge, 1-44.
Silva, Maria Cristina Figueiredo. 2000. “Main and embedded null subjects in Brazilian Portuguese”. In: M.A. Kato & E. V. Negrão (eds.), Brazilian Portuguese and the Null Subject Parameter. Frankfurt a.M.: Vervuert, 127-146.
Vitral, Lorenzo & Jânia Ramos. 1999. "Gramaticalização de 'você': um caso de perda de conteúdo semântico?" Filologia e Lingüística Portuguesa 3, 55-64.
Bettina Lämmle (Mannheim)
Papiamentu - Variation innerhalb eines Systems oder Entstehung unterschiedlicher Systeme?
Das Papiamentu ist vielen nicht nur aufgrund der Diskussionen um seinen Ursprung bekannt. Es gehört zudem zum erlesenen Kreis der verschrifteten und verschriftlichten Kreolsprachen. Der Orthographiestreit, den es bei vielen Kreolsprachen und Regionalsprachen immer noch zu schlichten gilt, wurde im Papiamentu durch zwei festgelegte Schreibungen beigelegt und auch andere Punkte, die im Rahmen der Verschriftung zu bedenken sind, wurden bereits geklärt.
Wenn man also die Situation dieser Sprache genauer betrachtet, wird deutlich, dass die Problematik sich verlagert hat. Die Verschriftung und Verschriftlichung des Papiamentu, sowie die politischen Veränderungen seit Auflösung der Niederländischen Antillen am 10.10.2010 liefern ein neues, erweitertes Bild der Kreolsprache, das zu den folgenden Fragestellungen führt:
o Ist diese – ursprünglich als Kommunikationsmittel in einer Notsituation entstandene –
Sprache auf dem Weg zu einem voll ausgebauten Idiom?
o Kann man bereits von einer Schriftsprache sprechen, die sich deutlich von der gesprochenen Sprache unterscheidet?
o Basieren die verschiedenen Normen des Papiamentu nur auf der Variation innerhalb eines Sprachsystems (im weiteren Sinn) oder muss man von unterschiedlichen Systemen ausgehen?
Basierend auf Datenmaterial aus verschiedenen Regionen, in denen das Papiamentu gesprochen wird, soll in diesem Vortrag gezeigt werden, ob und wie viele unterschiedliche Systeme angenommen werden können und wie diese Variation abgegrenzt und begründet werden kann.
Dabei wird die Sprache Papiamentu und das Sprechen derselbigen nicht isoliert betrachtet, sondern in den kulturellen und sozialen Kontext eingebettet, was dazu führt, dass die verschiedenen Phänomene nicht als zufälliges Nebenprodukt, sondern bewusste Abgrenzung konstatiert werden müssen.
Benjamin Meisnitzer (München)
Evidências semânticas, sintácticas e pragmalinguísticas para a gramaticalização de partículas modais no Português Europeu (PE)
A existência de partículas modais no Português continua a ser alvo de alguma controvérsia. E, se Franco (1989) e Schmidt-Radefeldt (1989) já abordaram a questão, nos primórdios da discussão em torno das partículas modais (Weydt 1989), chegando à conclusão que, de facto, a língua portuguesa dispõe de partículas modais, estes estudos parecem, por vezes, ter sido esquecidos quando a questão é debatida na actualidade.
Se, contudo, compararmos as frases (a) e (b) não teremos qualquer dúvida de que em (b) não se trata de um advérbio de lugar.
(a) Ele está lá - Advérbio de Lugar - em casa.
(b) Ele lá - Partícula Modal - foi para casa.
Existem bons indícios de que este advérbio de lugar, mediante um processo de semantic bleachinc, atingiu um grau superior de gramaticalidade e se tornou numa partícula modal. Dada a coexistência do advérbio homónimo, a identificação destas torna-se, por vezes, bastante difícil. Na presente comunicação pretende-se, mediante uma definição pragmático-funcional baseada na Theory of Mind (ToM) (Leiss 2009), e os critérios morfossintáticos definidores das partículas modais no alemão (Abraham 2009), língua na qual encontramos maior número de partículas modais e na qual estas constituem uma classe de palavras próprias (cf. Thurmair 1989; Weydt 1969), verificar qual a importância destas na língua falada no PE, dado que existem estratégias alternativas para codificação de valores modais (cf. Waltereit 2006). O ponto de partida para tal, será a verificação crítica das partículas identificadas por Franco (1989) e Schmidt-Radefeldt (1989) e a procura de novos potenciais candidatos.
Referências bibliográficas
Abraham, Werner (2009): “Die Urmasse von Modalität und ihre Ausgliederung. Modalität anhand von Modalverben, Modalpartikeln und Modus. Was ist das Gemeinsame, was das Trennende, und was steckt dahinter?“, em: Abraham, Werner & Leiss, Elisabeth (eds.): Modalität – Epistemik und Evidentialität bei Modalverben, Adverb, Modalpartikel und Modus. Stauffenburg: Tübingen (Studien zur deutschen Grammatik; 77). 251–302.
Franco, António (1989): “Modalpartikeln im Portugiesischen – Kontrastive Syntax, Semantik und Pragmatik der portugiesischen Modalpartikeln”, em: Weydt, Harald (ed.): Sprechen mit Partikeln. Berlin, New York: de Gruyter. 240–255.
Leiss, Elisabeth (2009): “Drei Spielarten der Epistemizität, drei Spielarten der Evidentialität und drei Spielarten des Wissens”, em: Abraham, Werner & Leiss, Elisabeth (eds.): Modalität – Epistemik und Evidentialität bei Modalverben, Adverb, Modalpartikel und Modus. Stauffenburg: Tübingen (Studien zur deutschen Grammatik; 77). 3–24.
Schmidt-Radefeldt, Jürgen (1989): „Partikeln und Interaktion im deutsch-portugiesischen Sprachvergleich“, em: Weydt, Harald (ed.): Sprechen mit Partikeln. Berlin, New York: de Gruyter. 256 - 266.
Thurmair, Maria (1989): Modalpartikeln und ihre Kombinationen. Tübingen: Niemeyer (Linguistische Arbeiten; 223).
Waltereit, Richard (2006): Abtönung. Zur Pragmatik und historischen Semantik von Modalpartikeln und ihren funktionalen Äquivalenten in romanischen Sprachen. Tübingen: Niemeyer (Beihefte zur Zeitschrift für Romanische Philologie; 338).
Weydt, Harald (1969): Abtönungspartikel. Die deutschen Modalwörter und ihre französischen Entsprechungen. Bad Homburg: Gehlen (Linguistica et litteraria; 4).
Weydt, Harald (ed.) (1989): Sprechen mit Partikeln. Berlin, New York: de Gruyter.
Telmo Móia (Lissabon)
Expressões temporais e gramaticalização em português
Este trabalho centra-se na análise de predicados de valor temporal, como haver, fazer e ter, em construções como as seguintes: o Pedro mora em Lisboa {há / faz / tem (PB)} dez anos; {há / faz / tem (PB)} dez anos que o Pedro mora em Lisboa, o Pedro casou {há / faz / tem (PB)} dez anos; {há / faz / tem (PB)} dez anos que o Pedro casou. Neste grupo de predicados, haver destaca-se pelo seu comportamento gramatical –especialmente interessante – que parece indiciar um processo de gramaticalização em curso. Com efeito, as expressões temporais com haver exibem, por um lado, propriedades oracionais (com haver a comportar-se como um predicado verbal) e, por outro, propriedades comparáveis às de sintagmas preposicionais (com haver – frequentemente reduzido à forma há – a comportar-se como um conector de tipo preposicional, semelhante a partículas do inglês como for, ago ou before). Entre as propriedades verbais de haver nas expressões temporais (e, por extensão, propriedades oracionais de toda a estrutura), destacam-se: (i) a sensibilidade à variação de ponto de perspectiva temporal, verificável na oposição há / havia - o Pedro mora em Lisboa há dez anos / o Pedro morava em Lisboa havia dez anos; (ii) a possibilidade de marcação de valores modais epistémicos no predicado verbal, através da flexão - o Pedro mora em Lisboa haverá uns dez anos; (iii) a possibilidade de aplicar operadores adverbiais frásicos / verbais no interior da expressão temporal - o Pedro mora em Lisboa {já há / ainda não há} dez anos. Entre as propriedades não tipicamente verbais de haver nas expressões temporais (que constituem possíveis indícios da sua gramaticalização como conector de tipo preposicional), contam-se: (i) a neutralização das variações da forma verbal em função do ponto de perspectiva temporal, seja o uso de há em vez de havia, para pontos de perspectiva passados - o Pedro morava em Lisboa há dez anos - , seja a inexistência de outras formas teoricamente possíveis, como haverá, para pontos de perspectivas futuros - quando eu o for visitar, o Pedro já estará a morar em Lisboa {*haverá / há} dez anos; (ii) a inexistência de flexão verbal no conjuntivo – o Pedro mora em Lisboa talvez {*haja / há} dez anos; (iii) a ocorrência de expressões temporais com haver em posições tipicamente nominais - a guerra dura há dez anos, o problema data de há dez anos, o Pedro morou em Lisboa até há dez anos, as leis de há dez anos; (iv) a compatibilidade com a expressão atrás (em contextos de localização temporal dêictica, por exemplo) – o Pedro teve um acidente há dez anos atrás ou (com supressão de haver) o Pedro teve um acidente dez anos atrás (PB). As propriedades gramaticais aqui descritas serão exploradas, tendo em especial atenção possíveis diferenças entre as variedades europeia e brasileira da língua.
Será ainda feita uma comparação entre os predicados haver e fazer, que, apesar de próximos semanticamente, apresentam propriedades gramaticais substancialmente distintas – cf. e.g. a impossibilidade de *o Pedro morava em Lisboa faz dez anos, *o Pedro morou em Lisboa até faz dez anos, *as leis de faz dez anos (mas OK a festa de faz hoje oito dias) ou *o Pedro teve um acidente faz dez anos atrás. Por fim, serão igualmente avaliadas as propriedades gramaticais de ter, um predicado usado em português brasileiro em construções comparáveis às de haver e fazer.
Globalmente, será defendida a hipótese já referida de que se verifica actualmente um processo de gramaticalização do verbo haver nas expressões temporais, que resulta na perda de propriedades tipicamente verbais e na evolução para um conector fixo com a forma neutra há. Como será mostrado, as diferenças são especialmente evidentes quando o verbo haver é comparado com outros de valor semelhante, com poucos (ou nenhuns) indícios de gramaticalização, como fazer e ter.
José Pinto de Lima (Lissabon)
Sobre a recategorização da forma há como preposição
Uma observação atenta do comportamento da forma há, 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver em Português, permite afirmar que, em grande medida, ela ocorre imediatamente antes de um sintagma nominal (SN) indicador de um segmento temporal e é usada para sinalizar precisamente esse segmento, tomando como seu término o momento da enunciação (ou um momento referido no enunciado):
Ele trabalha no ministério há alguns anos.
Quando o encontrei, ele estava reformado há pouco tempo.
Quando usada neste significado, a forma há o apresenta uma regularidade de uso que permite levantar a hipótese de estarmos perante uma nova preposição. Na minha apresentação, tentarei mostrar em que medida esta hipótese do surgimento de uma preposição se justifica. Partindo da observação do verbo haver ao longo da história do Português, considerar-se-á estarmos perante um processo de gramaticalização, cujos critérios, tal como definidos por C. Lehmann, E. C. Traugott, B. Heine e outros, serão aplicados a este caso, assim como alguns desenvolvimentos mais recentes, que chamam a atenção para a importância de factores como a frequência e a obrigatoriedade no incremento da gramaticalização (J Bybee, G. Diewald). Em especial, dar-se-á relevo a fenómenos como (1) o decréscimo na variação das formas de haver para exprimir este significado temporal; (2) a progressiva afirmação da expressão à direita de há como SN; (3) a diminuição dos casos de "descontinuidade" do SN pela inclusão de material linguístico alheio; etc. Além disso, a possível recategorização de há+SN como sintagma preposicional (SP), torna relevante indagar até que ponto a sequência há+SN desempenha papéis sintáticos típicos de um SP, nomeadamente os de adjunto e de complemento. Uma breve comparação com o comportamento de expressões equivalentes a há+SN noutras línguas permitirá precisar melhor qual o estatuto a atribuir à forma há na gramática do Português atual.
Elissa Pustka (München)
Innovation durch Emotion: Über eine vernachlässigte Universalie des Sprachwandels
Als eine der Kräfte sprachlicher Innovation wird seit dem 19. Jahrhundert neben artikulatorischer ‘Faulheit’, sozialer Identität und Veränderungen in der außersprachlichen Welt auch Expressivität genannt (vgl. u.a. Passy 1891). Trotz ihrer Berücksichtigung in der neueren, insbesondere romanistischen Lexikalisierungs- und Grammatikalisierungsforschung (vgl. u.a. Mair 1992, Koch/Oesterreicher 1996, Detges 2001) bleibt eine theoretische Fundierung dieses Begriffs jedoch ein Desiderat. Ganz offensichtlich handelt es in den besprochenen Fällen – im Gegensatz zu Stimmqualität oder Interjektionen – nicht um den reinen Ausdruck von Emotionen im Dienste der Katharsis (vgl. u.a. Sperber 1914), wie dies die Etymologie (lat. EX-PRESSUS ‘aus-gedrückt’) nahe legt. Expressivität ist hier vielmehr eine alltagsrhetorische Strategie, um die Aufmerksamkeit des Empfängers zu erlangen und ihm die Relevanz des Gesagten zu suggerieren. Dies geschieht unbewusst, und zwar sowohl auf der Form- als auch auf der Inhaltsseite, über die Emotion FURCHT: Dazu wird auf Quellkonzepte zurückgegriffen, die entweder universell furchtauslösende abstrakte Merkmale aufweisen, z.B. Unbekanntheit sowie Größe bzw. Intensität (vgl. Gray 1971), oder aber ganz konkreten, erlernten Furchtauslösern entsprechen, z.B. wilde Tiere und Menschen (z.B. in pt. bestial ‘toll’, uma barbaridade de ‘viel’) oder Naturgewalten (z.B. in pt. um tsunami de ‘viel’).
Bibliographie
Detges, Ulrich (2001): Grammatikalisierung. Eine kognitiv-pragmatische Theorie, dargestellt am Beispiel romanischer und anderer Sprachen. Unveröffentlichte Habilitationsschrift (Universität Tübingen).
Gray, Jeffrey (1971): The Psychology of Fear and Stress, Londres: Weidenfeld and Nicolson.
Koch, Peter / Oesterreicher, Wulf (1996): „Sprachwandel und expressive Mündlichkeit“, in: Zeitschrift für Literaturwissenschaft und Linguistik 102, 64-96.
Mair, Walter (1992): Expressivität und Sprachwandel – Studien zur Rolle der Subjektivität in der Entwicklung der romanischen Sprachen, Frankfurt etc.: Lang.
Passy, Paul (1891): Étude sur les changements phonétiques et leurs caractères généraux, Paris: Firmin-Didot.
Sperber, Hans (1914): Über den Affekt als Ursache der Sprachveränderung. Versuch einer dynamologischen Betrachtung des Sprachlebens, Halle: Niemeyer.
Esther Rinke (Frankfurt)
Synchronische Variation und diachronische Entwicklung der Artikelverwendung im Portugiesischen
Im modernen europäischen Portugiesischen werden Nominalphrasen in der Regel von einem Artikel begleitet. Dies gilt wie in anderen Sprachen für Nominalphrasen in Argumentposition, betrifft aber auch Eigennnamen (o João) und possessive Nominalphrasen (o meu carro).
Im Gegensatz dazu kann die Verwendung des Artikels im Altportugiesischen als weniger systematisch bezeichnet werden. In altportugiesischen Urkunden des 13. Jahrhunderts kommen Possessiva und Eigennamen in der Regel ohne Artikel vor. Auch in anderen Kontexten, die heute die Realisierung eines Artikels verlangen (z.B. Nominalphrasen mit dem Allquantor todo(s)/a(s)) kann der Artikel ausgelassen werden, wie die Beispiele in (1) zeigen.
(1) a. Apg. e por ua casa c(on) sua q(ui)ntaa q(ue) foy de nosso padre e de nossa madre... (1266, Martins 2001)
b. APtg. - Vaay aa casa e com toda diligencia scrive todalas cousas que em ela som, asi ouro, p(ra)ta e todas joias e hornamentos e trage-os a mỹ. (13./14.Jh., Vida de Santa Pelagia, Castro et al. 1985)
c. Aptg. E en seu baptismo Romana abadessa foy sua madre sp(irit)ual. (13./14.Jh., Vida de Santa Pelagia, Castro et al. 1985)
In meinem Vortrag möchte ich eine diachronische Studie zur Verwendung des definiten Artikels im Portugiesischen vorstellen. Ich werde zeigen, dass definite Artikel im Portugiesischen in den genannten Kontexten teilweise noch bis ins 18. Jahrhundert hinein ausgelassen werden und erst in Texten des 19. Jh. in der heutigen systematischen Weise verwendet werden.
Eine genauere Analyse der verschiedenen Kontexte der Auslassung und Verwendung macht deutlich, dass die Variabilität der Artikelverwendung nicht unsystematisch oder beliebig ist. Ich werde argumentieren, dass seine Auslassung in den historischen Texten auf [-spezifische] Kontexte beschränkt ist, während [+spezifische] Nominalphrasen bereits in den frühesten Texten obligatorisch von einem Artikel begleitet werden. Der Verlust der Markierung von Spezifizität reflektiert den Grammatikalisierungsprozess des definiten Artikels vom Demonstrativum zum grammatischen Marker von Definitheit.
Maria José dos Santos Cunha (Vila Real)
A linguagem: o lúdico no processo do seu ensino-aprendizagem
O homem sempre procurou respostas através da literatura, da poesia, das lendas ou mesmo da religião, que pudessem explicar a linguagem, um sistema de comunicação social e colectivo cujas estruturas estão interiorizadas na mente de cada indivíduo que fala e que facultam ao ser humano exprimir e comunicar pensamentos e sentimentos através de um sistema de signos convencionados. Também nós, neste artigo, nos iremos debruçar sobre aspetos com ela relacionados, atendendo a que é pela linguagem que homens e mulheres comunicam, têm acesso à informação, expressam as suas idéias, partilham e constroem visões do mundo e produzem cultura. Assim sendo, nesta nova era, marcada pela competição e pela excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que virão a ingressar no mundo do trabalho, é urgente que a escola permita o recurso ao brincar, como útil para uma aprendizagem diferenciada e significativa da linguagem.
Barbara Schäfer-Prieß/Inma García Jiménez (München)
Ptg. ser capaz de als Ausdruck epistemischer Modalität
Im europäischen Portugiesisch hat der Ausdruck ser capaz de „fähig sein zu“ in jüngerer Zeit einen Grammatikalisierungsprozess durchlaufen, der zu der epistemischen Bedeutung ‚vielleicht’ führte: É capaz de estar em casa ‚Vielleicht ist er/sie zu Hause’. Diese Entwicklung soll vor dem Hintergrund bekannter Grammatikalisierungsmodelle näher untersucht werden, auch im Vergleich mit den formalen Entsprechungen in anderen romanischen Sprachen.
Liane Ströbl (Düsseldorf)
Das Zusammenspiel von Sprache, Rede & Kognition
Im Mittelpunkt des Vortrags wird folgende Fragestellung stehen: Inwieweit kann man durch Annahme eines weiteren Levels (neben der Dichotomie: lengua vs. habla), nämlich der Kognition (und mit Hilfe eines Vergleichs mit verwandten und auch nicht verwandten Sprachen) Rückschlüsse über die Beschaffenheit und funktionale Auslastung einer Sprache erhalten. Am Beispiel des europäischen und brasilianischen Portugiesischen werden Besonderheiten und Unterschiede von Sprachwandelphänomenen eben mittels dieser dritten Perspektive (bzw. zweiten universalen, neben lenguaje) und dem kontrastiven Vergleich mit weiteren romanischen (v.a. dem Spanischen) und nicht-romanischen Sprachen (v.a. dem Japanischen) im verbalen Hilfs- und Funktionsverbbereich (insbesondere im Funktionsbereich von ter/dar) untersucht. Dabei wird vor allem illustriert, dass Sprache kein Nebenprodukt ist, sondern das Ergebnisse komplexer kognitiver Strukturen.
Bibliographie
SCHER, A. P. (2007). O aspecto do auxiliar em debate. Revista de Estudos da Linguagem, v. 15, p. 7-16.
SOARES DA SILVI, A. (2006). O Mundo dos Sentidos em Português - Polissemia, Semântica e Cognição, Coimbra: Almedina
STROEBEL, L. (2011). Invisible, visible, grammaticalization. In Callies, M. Lohöfer, A. Keller, W. (Eds.), Bi-directionality in the Cognitive Sciences, Amsterdam: John Benjamins.
Albert Wall (Tübingen)
Categorias da língua (des)aparecendo na fala? Artigos Definidos e Sândhis Externos no Português Brasileiro
Processos fonológicos “transformaram” a substância fônica dos demonstrativos latinos ao longo dos séculos nas formas dos artigos definidos das línguas românicas modernas. Em alguns casos, estes processos não deixaram nada mais que uma vogal. Enquanto que em todas as outras continuações do latim falado estes processos preservaram formas especiais (alomorfes) para contextos vocálicos, o galego-português tomou outro rumo e generalizou os artigos vocálicos em todos os contextos. Hoje em dia, o Português Brasileiro (PB) (diferentemente do Português Europeu (PE) e do Galego, que se encontram numa posição intermediária (ver abaixo)) apresenta outros processos fonológicos: Os Sandhis Externos Vocálicos (ver Bisol 1996, 2003) que afetam fortemente as formas vocálicas do artigo definido. Este fato foi observado na literatura (ver Bisol 2003, Santos 2001), porém, quase nada se diz nestes estudos sobre as possíveis conseqüências para o status dos artigos definidos no sistema lingüístico.
Por outro lado, na última década, uma série de estudos investigou a ausência do artigo em sintagmas nominais em posição de argumento no BP (os assim chamados “nominais nus”) (ver Schmitt & Munn 1999, Müller & Oliveira 2004, Dobrovie-Sorin & Pires de Oliveira 2008), particular e principalmente sob a perspectiva da semântica formal. Não estando em primeiro lugar comprometidos com fatores de uso e fenômenos da língua falada, estes estudos se concentram em certas construções e leituras especiais e não levam em consideração (entre outras coisas) os processos fonológicos mencionados acima.
Na minha apresentação, que se baseia numa análise fonética e fonológica do uso dos artigos em um corpus de língua falada gravado em São Paulo e no Rio de Janeiro, demonstrarei a relevância dos Sândhis Externos para o estudo dos nominais nus no PB e questionarei o pressuposto da análise standard dos Sândhis Externos Vocálicos (particularmente no caso da degeminação) que as constraints envolvidas (p.ex. MaxMS, MaxIO (Bisol 2003)) ainda são capazes de “ver” o artigo definido. Além disso, explicitarei porque, do meu ponto de vista, processos fonológicos similares no PE e no Galego não causam os mesmos problemas.
Referências
Bisol, L. (1996): “Sândi externo: o processo e a variação”. In: M. Kato, (ed): Gramática do Português Falado. Campinas: UNICAMP 5:55-96.
Bisol, L. (2003): “Sandhi in Brazilian Portuguese”, Probus 15(2): 177-200.
Dobrovie-Sorin, C. & Pires de Oliveira, R. (2008): “Reference to Kind in Brazilian Portuguese: Definite Singulars vs. Bare Singulars”. In: Grønn, A. (ed.): Proceedings of SuB12, Oslo, 107-121.
Müller, A. & Oliveira, F. (2004): Bare Nominals and Number in Brazilian and European Portuguese. In: Journal of Portuguese Linguistics 3/1, 9-36.
Munn, A. & Schmitt, C. (1999): “Against the nominal mapping parameter: Bare nouns in Brazilian Portuguese”. In: P. Tamanji, M. Hirotani & N. Hall (eds.): Proceedings of NELS, 29, p. 339-353.
Santos, R. Santana (2001): “A Aquisição do Acento Primário no Português Brasileiro”. Tese de Doutorado, Unicamp.
Anja Weingart (Berlin)
Informationsstrukturelle Bedingungen der Subjekt-Verb-Inversion in Deklarativsätzen im Europäischen Portugiesisch
Grundlage des Vortrags sind die Ergebnisse einer Sprecherbefragung zur Informations- struktur, die im Rahmen eines von der DFG geförderten Projekts, im Juli 2011 in Portugal durchgeführt wird. Im Europäischen Portugiesisch (EP) sind Sätze wie (1a, b), nach Costa (2000) und Barbosa (2009) gleichermaßen akzeptabel, wenn sie mit weitem Fokus assoziiert werden, d.h. alle Bestandteile der Äußerung werden neu in den Diskurs eingeführt.
(1) O que é que aconteceu?
a. [O João chegou Fokus]. (Costa 2000:98)
b. [Chegou o João Fokus].
Das EP würde - verglichen mit den anderen romanischen Null-Subjekt Sprachen - diesbe- züglich eine Ausnahme darstellen. Im Spanischen, Italienischen und Rumänischen gilt nur die VS Stellung mit weitem Fokus als „geglückt“ aber nicht die SV Stellung (Giurgea & Rem- berger 2009). Costa (2000 a, b) und Barbosa (2009) betrachten jedoch nur Sätze mit Eigen- namen oder definiten Nomina als Subjekten. Es wird angenommen, dass präverbale indefini- te Subjekte eine partitive Lesart und postverbale eine existentielle Lesart favorisieren (Solà 1992, Pinto 1997). Es stellt sich somit die Frage, in wie weit Definitheit einen Einfluss auf die Interpretation des Subjekts in prä- oder postverbaler Stellung hat. Des Weiteren ist es frag- lich, ob reine Indefinita, wie algo oder alguém, auch beliebig prä- oder postverbal geäußert werden können. Bei der Betrachtung von transitiven Verben liegt der Schwerpunkt auf der VSO Wortstellungen, die als „geglückt“ beurteilt wird, wenn sie mit folgender Informations- struktur verbunden ist: Kontrastiver Fokus auf dem Subjekt und dem Objekt. (Costa 2004, Ambar 1999, Mateus 2006 ):
(2) Leu [o João Fokus] [o livro Fokus] (Costa 2004: 119)
Weitere mögliche Informationsstrukturen wie weiter Fokus (3) und enger Fokus auf den Sub- jekt (4) sind unzureichend oder widersprüchlich beschrieben.
(3) # [Atirou um miudo a sopa ao chão Fokus]. (Costa 1998)
(4) Quem partiu a janela/ Quem comeu o chocolate?
a. # Partiu [o Paulo Fokus] a janela (Costa 2000: 197)
b. ?Comeu [a Joana Fokus], o chocolate. (Ambar 1993:71)
Die Wortstellung VSO gilt nach Costa (1998) und Barbosa (2009) als „missglückt“, wenn sie mit weitem Fokus assoziiert ist, also als Antwort auf die Frage "O que é que aconteceu?" akzeptiert wird. Der Frage-Antwort Test ist jedoch nur für Prädikativtypen verwendbar, die eine spatio-temporale Verortung implizieren (vgl. Milsark 1977) und nicht für z.B: individual- level Prädikate. Es wird überprüft in wie weit andere Kontexte (z.B.: Fragen nach Meinungen, Nachrichten), das Vorangehen einer spatio-temporalen Rahmensetzung und die Definitheit des Subjekts die Akzeptabilität beeinflussen. Bezüglich der Frage, ob postverbale Subjekte auch in der VSO Stellung Informationssfokus und/oder Kontrastfokus tragen können, wie dies bei unergativen und unakkusativischen Verben der Fall ist, werden, neben formalen Kriterien (Definitheit der Nomina und die Verwendung von Fokuspartikel), auch die Intonation des Subjekts und des Objekts berücksichtigt. Neben den skizzierten Zusammenhängen und Hypothesen werden in dem Vortrag hauptsätzlich die Ergebnisse der Sprecherbefragung vorgestellt und interpretiert.
Referenzen
Ambar,M. (1999): Aspects of the Syntax of Focus. In: G. Rebuschi & L. Tuller (eds.): The Grammar of focus. Amsterdam; John Benjamins: 23-45.
• Barbosa, P. (2000): Clitics: a window into the null subject property. In: Costa, J. (ed.) Portuguese Syntax. New Comparative Studies. Oxford University Press, 31-93.
• Barbosa, P. (2009): Two kinds of subject pro. Studia Linguistica 63: 2-58.
• Costa, J. (1998) Word Order Variation: A Constrained Approach. Ph.D. dissertation, HIL/Leiden University.
• Costa, J..(2000a) Word Order and Discourse- Configurationality in European Portuguese. In: J. Costa (ed.): Portuguese syntax : new comparative studies. Ox- ford; OUP. • Costa, J. (2000b) Multiple Focus in European Portuguese. In: Claire Beyssade et al (ed.) Romance languages and linguistic theory. selected papers from ‘Going Romance’ 2000. 93-108.
• Costa, J. (2004): Subject positions and interfaces: the case of European Portuguese. Mouton de Gruyter, Berlin. New York.
• Giurgea, I. & E.-M. Remberger (2009): "Postverbal subject in Romance null subject languages. Information-structural condi- tions and variation." Vortrag auf Going Romance, Nice.
• Mateus et. al. (2006): Gramática da língua portuguesa. Lisboa; Caminho.
• Solà i Pujols, J. (1992): Agreement and Subjects, Ph.D. thesis, Universitat Autònoma de Barcelona.
• Pinto, Mauela (1997) Licensing and interpretation of inverted subjects in Italian. Diss. Utrecht.
• Milsark, G. (1977): Toward an Explanation of Certain Peculiarities in the Existential Construction in English. Linguistic Analysis 3, 1-30.
Esme Winter-Froemel (Tübingen)
Entlehnung als Phänomen des Sprachgebrauchs: Implikationen einer äußerungsbasierten Modellierung von Sprachwandel
Lexikalische Entlehnungen werden häufig als Phänomen des Austauschs zwischen zwei Sprachen behandelt, etwa in der Art: frz. chic → pg. chique (das Wort frz. chic wird ins Portugiesische entlehnt und dabei zu chique integriert). Zwar wird immer wieder angemerkt, dass eine solche Darstellung allenfalls als abkürzende Sprechweise verstanden werden kann, da Entlehnung in der Realität als Phänomen des Sprachgebrauchs anzusehen ist, doch steht eine Einbindung in äußerungsbasierte (usage-based) Modellierungen von Sprachwandel (cf. Keller 1994, Croft 2000, Barlow/Kemmer 2000) noch weitgehend aus.
In meinem Vortrag soll Entlehnung als ein zentraler Bereich des lexikalischen Wandels im Rahmen eines äußerungsbasierten Ansatzes analysiert werden (cf. Winter-Froemel, im Druck). Dabei wird für eine strikte methodologische Trennung von Phänomenen der individuell-aktuellen Ebene einerseits und der historisch-einzelsprachlichen Ebene anderer¬seits argumentiert, die sich unter anderem für Analysen des Verbreitungsprozesses von Innovationen als zentral erweist. Als wesentliche Phasen des Wandels ergeben sich damit die Innovation und deren Adoptionen (als individuell-aktuelle Diskursereignisse) sowie die Verbreitung der Innovation bis hin zu ihrer Durchsetzung (als überindividuelle bzw. historische, systembezogene Phänomene).
Ein entsprechender Ansatz impliziert ferner, dass sowohl für die Innovation als auch für die Adoptionen der Innovation von einer großen Heterogenität der Verwendungen auszugehen ist, die traditionelle Modellierungen teilweise in Frage stellt. Als exemplarische Problemfelder sollen die Abgrenzung von „Fehlern“ und innovativen Verwendungen, das Auftreten unterschiedlicher Typen von Varianz sowie die Annahme eines Verbreitungsverlaufs von Innovationen in Form einer S-Kurve diskutiert werden.
Bibliographie
BARLOW, MICHAEL/KEMMER, SUZANNE (EDS.), USAGE-BASED MODELS OF LANGUAGE, STANFORD, CSLI PUBLICATIONS, 2000.
Croft, William, Explaining Language Change. An Evolutionary Approach, Essex, Pearson Education Limited, 2000.
Keller, Rudi, Sprachwandel. Von der unsichtbaren Hand in der Sprache, Tübingen, Francke, 21994 [11990].
Winter-Froemel, Esme, Entlehnung in der Kommunikation und im Sprachwandel. Theorie und Analysen zum Französischen (= Beihefte zur Zeitschrift für romanische Philologie 360). Berlin/Boston, De Gruyter (im Druck).